“GANGA AARTI” – Ritual de Amor e Devoção
A Índia, sempre a “mãe” Índia revelando sua doce face da devoção. Uma dessas faces é o Aarti , palavra hindi , também escrita Arathi, Aarthi (do sânscrito) , um importante ritual religioso Hindu de adoração, uma forma de puja (oferenda), no qual a luz de lamparinas (deepas) com pavios embebidos em ghee (manteiga purificada) ou a cânfora é oferecida as águas do Ganges para mãe Ganga, nome pelo qual é chamado o Rio Ganges que os hindus consideram uma divindade.(a Deusa Ganga).
O significado da cerimônia e sua essência é que “deus” oferece a todos diariamente sua “Luz Divina” e o Aarti é um forma do hindu dizer obrigado pela luz recebida. Através desse ritual de amor e devoção , realizado todos os dias ao por do sol, eles demonstram sua gratidão à luz que a todos ilumina e purifica, pensamento, espírito e corpo.
Cada objeto tem uma simbologia dentro do hinduismo e no “Aarti” não poderia ser diferente. Na cerimônia “Aarti” , estão representados os 5 elementos físicos: as flores representam a terra (solidez), a água e o lenço que acompanha corresponde ao elemento água (liquidez), a lamparina ou vela representa o componente de fogo (calor), o tipo de leque de pavão transmite a qualidade preciosa de ar (movimento), e os elementos da cauda de iaque representam a forma sutil de éter (espaço).
O incenso representa um estado de espírito purificado, e “inteligência”, oferecido dentro de uma ordem estabelecida para as oferendas.
“Assim, toda a existência do Ser e todas as facetas da criação material são simbolicamente oferecidas aos ‘deuses” através da cerimônia “Aarti”.
Na palavra Aarti , o “Aa” quer dizer “em direção ou para”, e “rati” “direita ou virtude” em sânscrito .
Alguns dizem que a palavra significa também um tipo de tecido que os devotos usavam sobre os corpos durante o ritual, ou um “pano brilhante” para ser usado em uma prática religiosa.
Esse ritual é realizado geralmente no final de um puja (no sul da Índia) ou bhajan (no norte da Índia) durante quase todas as cerimônias Hindu .
Durante o ritual circula entre os presentes uma “lamparina , geralmente de bronze, que o sacerdote passa entre todos , acompanhado pelos cânticos em louvor da divindade . O gesto de passar a bandeja ou a lamparina em torno das pessoas significa que ela vai adquirir o poder da divindade. Cada um deve colocar as mãos sobre as chamas e depois levar as palmas até sua testa, para poder receber a benção e a energia da divindade.
A lamparina usada no aarti é de metal, geralmente de bronze, prata ou cobre. Sobre ela um pavio feito com farinha amassada, lama ou metal, embebido com óleo ou ghee. Uma ou mais mechas de algodão (sempre um número ímpar) são também embebidas no óleo ou cânfora e acessas.
A bandeja do ritual também pode conter flores, incenso e akshata. Em alguns templos, a bandeja ritual não é usada e o sacerdote utiliza apenas a lamparina em suas mãos para oferenda da chama (fogo) as Deidades.
O Ritual Aarti simboliza, com disse, os cinco elementos: 1) éter (akasha), 2) vento (vayu), 3) água, fogo (agni), 4) (jal), e 5) terra (pruthvi). Cada um também corresponde a um dos cinco sentidos físicos.
A cerimônia normalmente é feita nos locais (mandir) preparados para isso, às margens do Rio Ganges,no entanto, os devotos também podem realizá-la em suas casas.
É uma prática comum , entre os hindus, mais abastados , realizar o Aarti em objetos inanimados, como veículos, eletrônicos,etc. Como um gesto de respeito e orando para que esse objeto o ajude a melhorar o seu trabalho.
O cântico do Aarti mais comum e aquele dedicado a todas as divindades é “Om Jai Jagdish Hare” , conhecido como “O Aarti Universal” .
Ter o privilegio de participar desse ritual, sentir a devoção das pessoas, ouvir as suaves melodias dos cânticos e mantras, receber as bênçãos do fogo sagrado, são momentos únicos e inesquecíveis.
A atmosfera do local do ritual é especial, todos vibram dentro da mesma energia de gratidão e devoção e cada um tem a oportunidade de viver uma belíssima experiência fazendo parte de um dos mais belos ritos hindus.
Estive por duas vezes em Rishikesh onde fiquei por algum tempo, hospedada no “Parmath Niketan”, participando das atividades do dia a dia, conhecendo os projetos sociais que realizam nas área de meio ambiente, saúde, ações educacionais , além de estar, todos os dias, antes do por do sol, às margens do Rio Ganges, tomando parte do Aarti.
Um Ashram não é apenas uma instituição espiritual, onde um “Guru” e seus discípulos e devotos praticam os ensinamentos espiritualistas. Os Ashrams também são partícipes no desenvolvimento das comunidades onde estão situados e realizam ações de inclusão social, beneficentes, educativas, ambientais, etc. São lugares de “referencia” para a sociedade indiana pelos exemplos das suas ações.
Esse Ashram, especialmente, é um dos mais importantes da região e é um exemplo de como espiritualidade e ações sociais convivem e vivem em perfeita harmonia.
Os momentos mágicos, para mim, significam justamente aqueles que nos proporcionam conhecer pessoas e instituições que conseguiram transformar a aparente dualidade, em um caminho único, que conduz a todos até à Divindade que está em “nós”.
Publicado em 30 de junho de 2011, em Índia e marcado como Índia, beleza, celebraçao, celebration, culture, devoção, devoção cultura, devotion, gandhi, ganges, história, history, meditação, meditation, monumentos, monuments, rio, ritual, temple, templo, yoga. Adicione o link aos favoritos. 12 Comentários.
Eu estou vivendo na Índia e tive a oportunidade de ver e sentir esta cerimônia em Varanasi, e em Março vou a Rishikesh 🙂 Adorei o post, principalmente toda a história e detalhes que envolvem este cerimônia, algumas coisas desconhecia! Parabéns pelo blog!
Olaaaa, Obrigada pela visita e pelas palavras de incentivo…….
Fiquei um tempo grande na Índia e sempre que posso visito e as vezes levo grupos comigo… Amo esse pais. Porque? Não sei. Só sei que quando pisei pela primera vez nessa “terra sagrada” me apaixonei e esse Blog é “uma declaração de amor a Índia”, embora também tenha visitado e gostado muito do Nepal, Butão e Tibet.
namastê
Que alegria….vendo tudo isso fico como criança na frente do computador…imagino a vibe de amor e gratidão….e mais feliz ainda é que foi esse asharan que escolhi para ficar! Tudo está sendo providenciado! E vc é uma delas!!! Muita gratidão Maria Helena!!!
Namastê!
Sandra
nada acontece por acaso, sempre acontece por nosso merecimento, assim, a hora certa, o momento certo, acontece, sempre
namastê
Lindo, lindo, lindo!!! Não conhecia este ritual. Coisa maravilhosa de se ver.
Obrigada por compartilhar.
Ola,
Vc mora na India?? ou vem a paseio?
Pois quando moramos apreendemos a olhar e ver a India de uma forma diferente.
Claudio
Sushanti
Há muito não conseguia ligar o computador e me comunicar com amigos que não me esquecem, e que surpresa iniciar com um momento tão especial de reverenciar e agradecer a beleza da Luz que todos os dias nos é ofertada.Descobri como preciso sentir a presença Divina na Natureza no Dia na Noite ,Por do Sol, seus pássaros e flores.
Obrigada por me fazer refletir e viajar até tão belo ritual de Fé.
Rio,31/07/2011
Beijos Sonia Regina
Ola Sonia,
obrigada pela visita ao Blog. A ideia do Blog era justamente essa , agradecer a beleza que meus olhos tiveram o privilégio de testemunhar.
namastê
SUSHANTI!
BOM DIA!
ESTE E UM DOS MEUS GRANDES SONHOS…CONHECER ESTA REGIAO QUE TANTO ME FASCINA COM SEUS RITUAIS MAGICOS….ESTOU ME PREPARANDO PARA BREVE LA CHEGAR….GRATA PELAS IMAGENS …ME TOCAM PROFUNDAMENTE COMO SE JA AS TIVESSE VIVIDO.
BEIJOCA TERNA
NAMASTE!
MARLUZ
Ola MArluz,
Que bom que conheceu o Blog e que conhece Sushanti.
A Índia é justamente isso que diz. Um lugar mágico, que fascina a todos aqueles quqe a visitam e que tem o coração aberto.
Com certeza vai realizar esse sonho pois quando acreditamos e temos fé……..tudo acontece
namastê
É maravilhoso rever tudo isto! Que coisa linda!
Gratidão é o sentimento que sinto ao rever este ritual.
Namastê
Sushanti
querida
é verdade…são memorias indeléveis , os dias que vivemos em Rishikesh………….sendo testemunhas da beleza e da devoção desse povo milenar que conserva até hoje sua cultura.
namastê