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UDAIPUR – A Veneza do Oriente (roteiro de fev/mar 2015)
U D A I P U R
Udaipur é a cidade dos palácios, templos e havelis e inspira qualquer um que a visite a viver um conto de fadas.
Foi fundada em 1559, pelo marajá Udai Singh II a mando do imperador mongol (mughal) Akbar. Udaipur foi capital do império mughal até que o mesmo enfraqueceu.
Essa linda cidade do Estado do Rajastão, é conhecida como a “Cidade dos Lagos”, ou ainda como a “Veneza do Oriente”, graças aos seus palácios e a água que rodeia a cidade, fazendo dela um enorme oásis na aridez do Rajasthan. É uma cidade vibrante e misteriosa e esconde seus segredos milenares aos olhos dos menos atentos.
– A maioria das cidades do Rajastão, entre outros estados da india, tem um City Palace, onde vivia o maharaja. Hoje os palácios se transformaram em museus ou hotéis, porque a época dos marajás passou e eles vivem de “rendas”
– Palácio da Cidade (City Palace), as margens do Lago Pichola. Sua construção durou aproximadamente 300 anos e é dividido em uma série de jardins, pátios e edifícios.
Os palácios dessa cidade, como o Palácio do Lago (Lake Palace) foi construído em 1754, pelo marajá Jagat Singh II e era um palácio de verão, dos mais fascinantes de toda índia, mas hoje em dia ele é um hotel luxuoso. Vocês lembram o filme 007 – Octopussy?
Então, foi aqui que ele foi filmado. As visitas não são permitidas e só podemos conhecê-lo se for almoçar ou jantar no local.
– Templo Eklingi – construido em 734 ad considerado o mais famoso do Rajastão.
Localizado há 22 km de Udaipur, é um templo hindu dedicado ao Deus Shiva, um dos mais importantes do panteão de deuses hindus.
Nesse local existem cerca de 180 templos cercados por uma muralha, dedicados ao deus SHIVA. Eklingji é uma manifestação do Deus Shiva – EK signigfica – um e Lingi – lingan, penis e JI, é uma palavra usada para designar respeito na Índia
Lingam – significa a energia primordial do criador . os hindus acreditam que no final de toda a criação , todos os diferetnes aspectos dos deuses encontraram um lugar de repouso no lingam.
Brahma escolheu o lado direito
Vishnu o lado esquerdo e gayatry dentro do coração
O SHIVALINGAM é também considerado a representação da coluna cósmica infinita de fogo , cuja origem brahma e vishnu não eram incapazes de deixar vestígios
É muito especial com a imagem do deus multifacetada feita em pedra preta. As várias faces de Shiva podem ser vista em quatro direções – o Sol ao leste, Brahma no oeste, Vishnu no norte e Rudra no sul. Neste templo, Shiva é representado com a sua família: sua esposa, Parvati e seu filho , o Deus elefante Ganesha um dos mais populares deuses da Índia.
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VARANASI – A CIDADE DE SHIVA ( roteiro fev/mar de 2015)
V A R A N A s i
– VARANASI – A CIDADE DE SHIVA
Varanasi, é um dos destinos mais sagrados da Índia e adorado pelos indianos. O seu nome significa Porta do Céu, o local que dá acesso à vida eterna, o último e mais desejado estádio da existência para a religião hindu.
Por toda parte se respira o hinduísmo profundo e místico. A “Cidade é uma Prece”, como dizem os hindus.
Milhares de religiosos, aglutinam-se nas ghats, nas margens do rio Ganges, enquanto pelas vielas e ruas estreitas transitam peregrinos, sadhus errantes (homens santos) e sacerdotes hindus (brâmanes), que deixam oferendas aos deuses, num cenário místico dominado pelo intenso aroma dos incensos que emanam dos templos hindus.
Um dos desejos mais íntimos de um hindu tradicional consiste em passar os seus últimos dias de vida num ashram em Varanasi, entoando cânticos, arrependendo-se dos seus pecados e, finalmente, sendo cremado na praça pública desta cidade sagrada, culminando todo o ritual com o atirar das suas cinzas ao Ganges.
Estima-se que cerca de 6000 pessoas visitam o Ganges diariamente e a música, composta por centenas de vozes que entoam mantras (uma espécie de reza) em homenagem a Shiva ou a outras divindades, pode ser ouvida bem a uma distância considerável.
Fundada há cerca de 2500 anos, Varanasi é o retrato da Índia em estado bruto, uma cidade onde encontra toda a religiosidade no máximo esplendor, celebrada em cerimónias lindíssimas, e alegrada pela presença de inúmeros saris multicoloridos. Varanasi é considerada o berço da civilização e da cultura hindu, pois foi nas margens do Rio Ganges que surgiram as cidades antigas que constituíram os reinos arianos ( 10 mil anos de história).
Contudo, os visitantes devem se preparar pois encontrarão muita sujeira além do que possa imaginar, e uma imensa desorganização além de diversas situações que ultrapassam o que, entre nós, normalmente classificamos como bizarro. Se o olhar de cada um for “além disso” desfrutarão da Magia dessa cidade onde o deus SHIVA, ele mesmo, saúda a todos que “compreendem”.
Segundo a lenda, a cidade de Varanasi ( inicialmente chamada de KHASI e depois de BANARAS) foi fundada pelo deus Shiva
A evidência arqueológica mais antiga conhecida sugere que a liquidação em torno de Varanasi, no vale Ganga (a sede da religião ariana e filosofia) começou no dia 11 ou 12 º século aC, colocando-se entre as mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo .
Um dos mais belos rituais começa cedo, antes do raiar do sol com destino ao Rio Ganges em canoas pelos ghats. Este rio é considerado sagrado e por esta razão as pessoas se banham e oferecem suas orações aos deuses durante o nascer do sol. O ritual da cremação milenar, acontece nos “ghats” ( escadaria que acompanha toda a descida do rio) Manikarnika e Harishchadra onde suas piras queimam noite e dia. Todo devoto hindu acredita que morrer na cidade e ser cremado as margens do Rio Ganges atinge a libertação do ciclo de nascimento e morte.(Samsara) Uma experiência inesquecível.
Outro Ritual belíssimo, que acontece todos dias, onde os indianos de Varanasi fazem uma cerimónia em homenagem ao rio Ganges. Conhecida como “deusa GANGA”. Esse ritual o “AARTI”, realiza-se pouco depois do pôr-do-sol, por volta da sete horas da noite, na Dasaswamedh Ghat.
Os turistas podem assistir à cerimónia sentados nas escadarias ou num barco. Para os indianos, este é um momento de agradecer e não de fazer pedidos..
Varanasi é também famosa pela seda feita artesanalmente pelos tecelões. São tecidos magníficos que deixam os visitantes extasiados pela delicadeza da textura to tecido e da beleza dos bordados.
A Cidade de Varanasi é uma Cidade que “assusta” aqueles que não estão com o “olhar” e o coração’ abertos para ver e sentir.
NOVA DELHI E OLD DELHI – Tradição e Modernidade em Harmonia
INCREDIBLE ÍNDIA
Grupo para visitar a ÍNDIA – mar 2015
Operadora Kapil Tour & Travel
Duração: 22 dias
Guia em Português
INFORMAÇÕES – kapiltours@terra.com.br
INDIA – TRIANGULO DE OURO (JAIPUR – AGRA E NOVA DELHI ) + KERALA
NOVA DELHI E OLD DELHI – Tradição e Modernidade em Harmonia
O roteiro incluiu Nova Delhi, capital do país, onde a modernidade convive harmoniosamente com a cidade antiga – Old Delhi.
A força e cor, os concorridos bazares e a arquitetura mongol da antiga Delhi,
Delhi , a Cidade Antiga, contrasta com o esplendor moderno da Nova Delhi, cujas amplas avenidas oferecem uma bela o retrato de uma Índia, realmente “antiga” mas que ao mesmo tempo convive em harmonia com a modernidade. Riquichás, tuc, tuc, elefantes, vacas, carros trafegam por essas ruas sem nenhum tipo de “stress” . Milhares de lojas, um shopping a céu aberto, oferece todos os tipos de mercadorias que fazem a alegria dos turistas. A principal e maior Mesquita da Índia está localizada no coração de Old Delhi, a maravilhosa Masjid-i Jahān-Numā , conhecida comumente como Jama Masjid de Delhi.
A Nova Delhi tem avenidas largas e movimentadas , belíssimos monumentos, hotéis maravilhosos, restaurantes e uma vida noturna que não fica a dever das grandes cidades européias.
Qutub Minar, maior torre da Índia construída no século 12 DC;
Índia Gate majestoso portão construído em memória dos soldados que morreram na Guerra Mundial.
Swaminarayan Akshardham é um templo hindu em Nova Deli, Índia com uma impressionante área de 404686 m2. Destina-se a mostrar a arte antiga do hinduísmo, a sua cultura e a sua herança espiritual. Desde a sua abertura em Novembro de 2005, Swaminarayan Akshardham tornou-se num marco popular de paisagem cultural e religiosa da Índia, atraindo mais de cinco milhões de visitantes por ano.
O Templo da Flor de Lótus é um dos 6 grandes templos Bahai ao redor do mundo.
Cada uma das Casas de Devoção, como são chamados pelos Bahai’s, além de obedecerem a determinados conceitos de design, têm ainda sua própria e distinta identidade cultural englobando os princípios de unidade na diversidade, espinha dorsal da Fé Bahai.
Desde a sua inauguração, em janeiro de 1987, o Templo de Lótus já recebeu mais de 50 milhões de visitantes.
A tradição e a modernidade convivem em perfeita harmonia
TAJ MAHAL – Uma História de Amor
THE INCREDILE ÍNDIA
MAR 2015
Duração 22 dias
Guia em Português
INFORMAÇÕES – kapiltours@terra.com.br
INDIA – TRIANGULO DE OURO
(JAIPUR – AGRA E NOVA DELHI )
Parceria com a Operadora de Turismo Indiana – Kapil Tour & Travel
O famoso “TRIANGULO DE OURO”, composto por 3 cidades magníficas – JAIPUR – AGRA e NOVA DÉLHI, que fazem parte de um Roteiro Básico de visita a Índia + KERALA
A G R A
A cidade que ficou marcada no mapa e no coração das pessoas como a Cidade onde está o Monumento ao Amor – TAJ MAHAL.
Uma Lágrima solitária de um homem que muito amou, como dizem os poetas e que deslumbra os visitantes de todas as gerações e paises, ante a perfeição de suas formas.
Não se sabe ao certo quem foi o arquiteto, mas por ordem do rei , reuniram-se em Agra as maiores riquezas do mundo. O mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa do Tibet, Lápis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico.
Devidamente enquadrado num jardim simétrico, tipicamente muçulmano, dividido em quadrados iguais cruzado por um canal ladeado de ciprestes onde se reflete a sua imagem mais imponente. Por dentro, o mausoléu é também impressionante e deslumbrante. Na penumbra, a câmara mortuária está rodeada por finas paredes de mármore incrustado com pedras preciosas que forma uma cortina de milhares de cores. A sonoridade do interior, amplo e elevado é triste e misterioso, como um eco que soa e ressoa sem nunca se deter.
Sobre o edifício surge uma cúpula esplendorosa, que é a coroa do Taj Mahal. Esta é rodeada por quatro cúpulas menores, e nos extremos da plataforma sobressaem quatro torres que foram construídas com uma pequena inclinação, para que em caso de desabamento ou terremoto, nunca caiam sobre o edifício principal.
Os arabescos exteriores são desenhos muçulmanos de pedras semi preciosas incrustadas no mármore branco, segundo uma técnica Italiana utilizada pelos artesãos hindus. Estas incrustações eram feitas com tamanha precisão que as juntas somente se distinguem à lupa. Uma flor de apenas sete centímetros quadrados, pode ter até 60 incrustações distintas. O rendilhado das janelas foi trabalhado a partir de blocos de mármore maciço. Durante vinte e dois anos, mais de 20 mil trabalhadores foram empregados na construção .
Diz-se que o imperador Shah Jahan queria construir também o seu próprio mausoléu. Este seria do outro lado do rio. Muito mais deslumbrante, muito mais caro, todo em mármore preto, que seria posteriormente unido com o Taj Mahal através de uma ponte de ouro.
Tal empreendimento entretanto, nunca chegou a ser levado a cabo.
Após perder o poder, o imperador foi encarcerado no seu palácio (RED FORT ) e, a partir dos seus alojamentos, contemplou a sua grande obra até à morte.
O Taj Mahal foi, por fim, o refúgio eterno de Shah Jahan e Mumtaz Mahal porque após sua morte , o imperador foi sepultado ao lado da sua esposa, sendo esta a única quebra na perfeita simetria de todo o complexo do Taj Mahal.
Atualmente, o Taj Mahal representa uma das mais belas provas de amor já conhecidas. Além disso, a complexidade de seu traçado arquitetônico coloca esse mausoléu ao lado das mais perfeitas construções já realizadas pelo homem
No ano de 1993, o Taj Mahal foi considerado um patrimônio da humanidade e, com isso, a preocupação com sua conservação tornou-se responsabilidade de diversos historiadores, arquitetos e restauradores.
Após quase quatro séculos, milhões de visitantes se dirigem à esse lugar e ficam extasiados ante a sua beleza, se emocionam porque a história ainda está viva e se reflete em todos os lugares . Nos sentimos parte desse conto de fadas , dessa história, um ode ao amor, a lágrima solitária de um homem que muito amou
JAIPUR – Terra dos Marajás ( Incredible India – fev/mar 2015)
THE INCREDIBLE ÍNDIA
Grupo para visitar a ÍNDIA – mar 2015
Duração: 22 dias
Guia em Português
Primeiro de uma série de “posts” sobre as cidades que fazem parte da Programação da Viagem que organizo para a Índia, em Mar de 2015, em parceria com a Operadora de Turismo Indiana ‘Kapil Tour&Travel.
INDIA – TRIANGULO DE OURO (JAIPUR – AGRA E NOVA DELHI )
Primeiramente falarei sobre o famoso “TRIANGULO DE OURO”, composto por 3 cidades magníficas – JAIPUR – AGRA e NOVA DÉLHI, que fazem parte de um Roteiro Básico de visita a Índia, e ainda KERALA.
INFORMAÇÕES – kapiltours@terra.com.br
JAIPUR – Terra dos Marajás
É o maior Estado ad Índia , as linguas são o hindi e o rajastani e boa parte dele, cerca de 3/5 é coberta por terras desérticas, nomeadamente o Deserto de Thar.
Com o tempo da colonização, através de alianças com os britânicos, começava a decadência dos marajás. O que antes era um estrito código honra guerreira transformou-se em extravagância e decadência. No início do século 20, os marajás passavam boa parte do tempo esbanjando-se em luxuosas viagens pelo mundo, hospedando-se nos melhores hotéis da Europa e dos EUA com seus séquitos de concubinas e empregados, enquanto o povo rajastani empobrecia.
Quando finalmente perderam seus títulos na década de 70, alguns conseguiram se manter transformando seus palácios em hotéis de luxo, enquanto outros não tiveram a mesma sorte.
JAIPUR – capital do E stado do Rajastão
A cidade de Jaipur , é a capital do Estado do Rajastão. É uma das cidades mais fascinantes da Índia, . Repleta de palacios, muralhas, monumentos, fortes, na sua maioria construidos em pedra cujas cores determinam o aspectos pitoresco e singular desse lugar encantador.Rodeada por uma muralha , com sete portas, foi planejada segundo um traçado geométrico , nas suas ruas e praças..
Jaipur começou a ser construída em 1725 e foi estabelecida em 1727 pelo Marajá Jai Singh II . Originalmente amarela, a cidade foi toda pintada de rosa, a cor da hospitalidade segundo a tradição local, por ocasião da vinda do príncipe Albert da Inglaterra – marido da rainha Vitória que visitou a cidade nos idos de 1876 e por isso é também chamada de “ Cidade Rosa”.
O colorido dos prédios, das casas, das roupas das mulheres e de pinturas nas ruas faz com que a cidade se destaque e represente a verdadeira Índia através de nuances que cativam qualquer turista ou mesmo indianos. Os homens geralmente vestidos de branco, usando vastos bigodes e turbantes impecáveis são característica marcante da cidade. São os Rajputs, uma linhagem de guerreiros do Rajastão . Já as mulheres usam cores mais berrantes na vestimenta típica, o sari (um tecido com 6 metros, sem costuras, habilmente transformado em vestido). O convívio entre carros e pedestres é milagrosamente harmônico, ainda que as ruas também sejam disputadas por vacas, carroças, caminhões, motos, bicicletas, riquixás e tuc-tucs, uma espécie de táxi lambreta-com-teto, muito comum no país.
OS FORTES E PALÁCIOS
Os fortes e os palácios gloriosos remontam a um passado repleto de abundância e realeza , herança do tempo dos marajás , e são uma das principais atrações dessa cidade repleta de cultura e tradições ancestrais.
O palácio Hawa Mahal, ou Palácio dos Ventos é um dos mais fascinantes monumentos da Índia e o principal cartãopostal da cidade.
Construído no final do século XVIII pelo marajá Sawai Patrap Singh, o palácio dos ventos-hawamahaae , está situado na parte mais antiga da cidade e ao chegar lá, ficamos extasiados e surpresos olhando a sua fachada compostas de 933 pequenas janelas . O tamanho e a quantidade dessas janelas não foi uma escolha decorativa, mas especialmente concebido para que as mulheres do harém do marajá pudessem observar as ruas sem que ninguém as vissem e assim manterem-se puras. Com cinco andares, o palácio dos ventos tem uma lateral bastante estreita e quando o vento sopra, ecoa uma suave melodia de seu interior , daí o seu nome.
O City Palace é outromagnifico palácio que ocupa uma área enorme com jardins, varandas e edifícios. Hoje o palácio é uma mescla da arquitetura “Rajastani” com a arquitetura do império Mughal. O maharaja anterior vive ainda na parte do palácio. E as vezes o visitante pode vê-lo caminhando entre eles.
Perto do City Palace, está o famoso Real Observatório Astronomico Jantar Mantar , construído por Jai Singh no seculo XVIII, para observar o espaço cósmico , analisar os astros e a energia solar. . Tem no seu acervo uma curiosa coleção de instrumentos e de esculturas que serviram para calcular azimutes, posições de estrelas, altitudes e eclipses.
Outra atração imperdível é o Amber Fort. Construído em 1600 por Raja Man Singh , é um típico palácio-forte e está localizado a 11 km de Jaipur. Mistura a arquitetura hindu e muçulmana. O percurso até o Forte é uma experiência inesquecível pois , em razão da longa subida, torna-se necessário utilizar um elefante para fazer a longa subida.
Ao final desse caminho, chegamos a um enorme pátio, lugar em que os soldados do reino se juntavam e onde ficavam os elefantes do Marajá que lá vivia. A vista é deslumbrante.
Jaipur é definitivamente, o ‘hot spot’ do Rajastão para fazer compras. Este é o estado da Índia que mais produz têxteis e é o paraíso para quem gosta de roupas, ouro e adornos indianos. Perca-se nos bazares de Johari, Tripolia, Bapu e Chandpol.
Mas não se esqueça de pechinchar sempre – essa é a palavra de ordem em qualquer lugar que você visite pra fazer compras!
A Caverna Amarnath, Templo de Shiva
Localizado no estado indiano de Jammu e Caxemira , situado no Monte Amarnath, a Caverna Amarnath é um dos santuários mais famosos da hinduísmo . Dedicado ao deus Shiva , o santuário é dito ser mais de 5.000 anos de idade e constitui uma parte importante do hinduísmo .
Amarnath é um popular destino de peregrinação para os hindus , um Templo dedicado ao deus SHIVA. Cerca de 400.000 pessoas visitam o local durante o Festival de Shivani Mela que dura 45 dias .mos meses de julho-agosto, coincidindo com o mês sagrado hindu de Shraavana.
Os peregrinos andam geralmente em torno de 42 km a pé da cidade de Pahalgam , e cerca de 96 km da cidade de Srinagar até o santuários. A viagem leva de 4 a 5 dias…
Uma imagem consagrada de gelo formado naturalmente , em uma forma cilíndrica (Lingam) , que representa uma das faces de Lord Shiva -, começa a tomar sua forma no primeiro dia da metade brilhante do mês e atinge seu tamanho máximo no dia de lua cheia (Poornima).
Depois de obter sua plena forma, ela começa a diminuir e desaparecer no dia de lua nova. Segundo a tradição, a maior formação de gelo é considerado como o Senhor Shiva Lingam, no lado esquerdo do lingam é uma formação de gelo de seu filho Lord Ganesha, e à direita são formações de Parvati sua consorte .
O templo está localizado a cerca de 46 kms de Amarnath de Pahalgam em Jammu e Caxemira e 4.500mtrs acima do nível do mar. A época da peregrinação a este santuário é entre julho e agosto.
História do templo
Não há informações clara da descoberta da caverna. O crédito da descoberta vai para um pastor (Gujar) Buta Malik , diz-se que ele recebeu um saco cheio de carvão com um santo.
Quando o pastor abriu o saco, na sua casa estava cheio de ouro. O pastor feliz voltou para agradecer ao santo, mas encontrou uma caverna com um lingam (uma das representações de Shiva) dentro dela.
Daí em diante este lugar se tornou um lugar sagrado de peregrinação.
A mitologia hindu diz que esta caverna Amarnath é a caverna que foi usada por Lord Shiva para contar sobre o segredo da vida e da eternidade à deusa Parvati, sua consorte.
Ele estava procurando um lugar secreto isolado para dizer isso “amar katha” a deusa Parvati. Então, ele escolheu esta caverna. E como uma preparação que ele deixou seu veículo Nandi, o touro em Pahalgam (Bhail Gaow), lançou a lua no Chandanwari, cobra no Lago Sheshnag, Lord Ganesh em Mahagunas Parvat, cinco elementos da vida em Panjitarni.
Finalmente ele criou Rudra (Kalagni) e ordenou-lhe para incendiar e eliminar todos os seres vivos e em torno da gruta santa. Então o Senhor Shiva tomou Deusa Parvathi dentro da caverna para contar a katha amar..
Um lugar onde a devoção e a fé estão presentes no rosto de cada um dos milhares de peregrinos que ali chegam, depois de uma exaustiva caminhada, mas todos estampam um largo sorriso no rosto e no coração na certeza de terem finalizado a jornada em honra a lor Shiva.
“KONARAK” – O MAGNIFICO TEMPLO DO DEUS SOL
Na Índia foram construídos sete templos dedicados ao deus SOL , entre eles, o mais espetacular de todos e uma das principais atrações para quem visita o leste da Índia é o Templo do Sol de Konark no estado de Orissa,
O Templo, também é conhecido como “Pagode Negro” (Black Pagoda)., porque foi construído em granito preto. É um dos templos mais antigos do pais e um exemplo vivo da arquitetura Orissan , além de ser um dos santuários Brahman mais famosos da Índia.
Construído às margens da Baía de Bengala, foi um dos primeiros centros de adoração ao sol na Índia. Todo o templo foi concebido como uma representação monumental da carruagem do Deus Sol ( Surya) com um conjunto de raios e entalhes elaborados.
O Templo remonta ao século 13 e foi construído pelo rei Narasimhadeva , durante seu reinado, como um sinal de vitória sobre os invasores muçulmanos. Seu nome tem origem de uma combinação de duas palavras. “Kon” significa canto, e “Ark” significa sol, literalmente “o lugar do Sol”. Sua construção demorou 12 anos e cerca de 12.000 artesãos trabalharam no local para criar esta obra-prima magnífica do período medieval.
A estrutura do templo, como disse, tem a forma de uma monumental carruagem , com 12 pares de rodas esculpidas na pedra, puxada por sete cavalos (dos quais apenas um está intacto). O Templo simboliza a passagem do tempo , que está sob controle do deus sol – Surya. Os sete cavalos, que dirigem a carruagem para o leste ( em direção ao amanhecer), representam os dias da semana. Os 12 pares de rodas representam os 12 meses do ano e os oito raios em cada roda simbolizam os oito estágios do dia ideal de uma mulher.
O Rei Narasimhadeva mandou construir o Templo às margem do rio Chandrabhanga mas, ao longo dos anos o rio secou e o mar se distanciou do templo. Entretanto ainda pode-se ouvir o ruído das ondas e a beleza hipnotizante do sol a partir das ruínas do templo.
De acordo com as lendas, o Rei Narasimhadeva escolheu esse lugar por considerá-lo um lugar sagrado, aliado a beleza do local e da facilidade de navegação. Embora esteja bastante desgastado pelo tempo, os visitantes ainda podem sentir a magia do local e imaginar sua maravilhosa arquitetura.
Aqueles que se interessam pela arqueologia podem facilmente conhecer a história desse magnífico edifício , através das belíssimas esculturas na pedra que ornamentam todas as construções. Cada pedra tem uma história para contar do esplendor daquela época.
Entre as ruínas, pode-se identificar as três seções principais que constituem o complexo de templos: o templo principal, onde a divindade era adorada; a sala de reunião onde os devotos se reuniram para ter um vislumbre da divindade; e a sala de dança onde o devotos realizavam os pujas (oferendas).
O Santuário principal , com v229 metros de altura, foi construído ao lado do Salão de Audiências (128 metros de altura), com projeções para o exterior.O santuário, consagrado ao deus sol, está em ruínas, mas o Salão Audiências sobrevive em sua totalidade. No entanto, o esplendor do complexo do templo permanece incomparável.
As esculturas nas paredes representam a mitologia hindu. Para capturar os raios do sol durante o dia,no interior do templo, o deus do sol foi representado na forma de três imagens: Brahma (o criador), como o sol da manhã, Mahashwara (o destruidor) como o sol do meio-dia, e Vishnu (o preservador) como o sol da tarde.
Seus arabescos nobres e trabalho de rolagem, o corte bonito e natural de animais e figuras humanas dão a Konarak uma superioridade sobre outros templos. As paredes também são adornadas com belas esculturas de mulheres dançando em várias poses, músicos, guerreiros, o cotidiano de homens e mulheres , imagens de animais e deuses em várias formas e posições.
A mais bela imagem do templo representa o deus sol e foi esculpida em pedra clorita verde e é uma das obras-primas do Templo Konarak.
A imaginação dos artesãos ancestrais, deve ser aplaudida pelas fantásticas esculturas com imagens eróticas , o que demonstra o grande conhecimento que tinham anatomia humana. Todas as imagens são perfeitamente definidas, bem como as expressões e os gestos que mostra minuciosamente o trabalho que foi feito.
A noite, como é usual em grande numero de monumentos na Índia, acontece o Show de Luzes, Dança e Cores, um espetáculo deslumbrante que mostra todo o esplendor do Templo do Sol e culmina apresentando as várias formas de dança clássica indiana .
Viajar pela Índia é descobrir a cada dia os tesouros, através dos quais podemos desvendar e conhecer, um pouco , os mistérios da sua história.
O OBSERVATÓRIO ASTRONOMICO DE JANTAR MANTAR – JAIPUR
O Maharaja Jai Singh II, o fundador da “cidade rosa”(Jaipur), foi um grande estudioso e um astrólogo ávido. Estudou filosofia, astrologia, arquitetura e religião em diversas escolas, e também foi bem versado nos conceitos universais de matemáticos como: Clements Euclides, Ptolomeu e o Mestre de obras de Aryabhatta. Entre 1727 e 1734 o Marajá Jai Singh II de Jaipur teve a magnífica ideia de construir cinco observatórios astronômicos no centro-oeste da Índia.
Os observatórios, ou “Mantars Jantar”, como são vulgarmente conhecidos, incorporam vários edifícios de forma única, cada um com uma função especializada para medição astronômica. Estas estruturas, com suas combinações de formas geométricas marcantes em grande escala, têm atraido a atenção de proeminentes arquitetos, artistas e historiadores de arte mundiais.
Dos cinco Observatórios, o Jantar Mantar , da cidade de Jaipur é o maior e mais bem preservado de todos, com cerca de 20 edifícios fixos e exclusivos, cada qual tem a sua função astronômica própria. O nome é derivado de Jantar (“instrumento”), e Mantar (“fórmula”, ou neste contexto “cálculo”). Portanto “Jantar Mantar” significa literalmente “instrumento de cálculo”.
O observatório é composto por “dispositivos” ( as construções) geométricos para medir o tempo, com precisão de segundos, prever eclipses, rastrear a localização das estrelas “, as órbitas da Terra ao redor do Sol, verificar as declinações dos planetas, e determinar as altitudes celestes e efemérides relacionadas, entre outras.
A Nadivalaya Yantra consiste em duas placas circulares fixado de forma permanente num suporte de alvenaria de altura conveniente acima do nível do solo. As placas são orientadas paralelamente em relação ao plano equatorial e, estilos de ferro de comprimento apropriado ,que aponta para os pólos, são fixados no centro. O instrumento é um relógio de sol equinocial construído em duas metades, indicando o tempo aparente solar do lugar. O “Nadivalaya” é uma ferramenta eficaz para demonstrar a passagem do sol pelo equador celeste. No equinócio invernal e equinócio de outono os raios do sol caem paralelos às duas faces opostas das placas e iluminam ambas.
Outro ‘instrumento ” fabuloso é o ” Samrat Yantra “, uma rampa de alvenaria de pedra em forma de triângulo retângulo com cerca de 27 metros de altura e de um arco virado para cima que atinge cerca de 13 metros.
O triângulo, alinhado com o meridiano do local, funciona como um “marcador” e projeta a sua sombra sobre a superfície curva do arco. Esta superfície, de 3 metros de espessura, é um enorme mostrador feito em mármore polido onde foram feitas milhares de incisões correspondentes a unidades temporais. A precisão deste instrumento é tal que podemos conhecer a hora exata através da posição do Sol com um desvio máximo de 2 segundos…
Construído a partir de pedra local e mármore, cada instrumento (construção) traz uma escala astronômica própria, geralmente marcada no revestimento de mármore interior.
Hoje, o observatório é uma atração turística muito popular na Índia. No entanto, astrônomos, vindos de toda a Índia, ainda usam o local para prever o clima para os agricultores, é utilizado também pelos astrólogos fazerem “sinastria” (estudo da compatibilidade) para os noivos e os estudantes de astronomia e astrologia védica são obrigados a tomar algumas de suas aulas no observatório. Pode-se dizer que o observatório é a única obra mais representativa do pensamento védico que ainda sobrevive, além dos textos.
Toda noite, um grande espetáculo de Luzes e Som, acontece no monumento, para deslumbramento dos milhares de turistas que visitam o lugar. Realizado tanto na língua inglesa quanto na língua local (hindi) o belíssimo show conta a história do Jantar Mantar e do Maharaja Singh II, seu construtor que teve a ideia de mandar construir essa maravilha.
Completamente restaurado em 1901, o Jantar Mantar foi declarado monumento nacional em 1968 , é Patrimônio Mundial (UNESCO) e protegido pela Lei de Antiguidades Dos Sítios Arqueológicos do Rajhastão, de 1961, nos termos dos artigos 3 e 4.
Visitar esse lugar é uma experiência impar de caminhar através da geometria sólida e conhecer esse sistema coletivo astronômico projetado para sondar os céus. Projetado para a observação de posições astronômicas a olho nu, ele incorpora várias inovações arquitetônicas e instrumentais.
O Observatório “Jantar Mantar” de Jaipur é o mais significativo, mais abrangente e mais bem preservado de observatórios históricos da Índia. É uma expressão das habilidades astronômicas e conceitos cosmológicos da corte de um príncipe que marcou fortemente o período Mughal.
O observatório é a personificação monumental do encontro de necessidades que eram ao mesmo tempo, político, científico e religioso.Por todas as suas características, esse observatório único tem chamado a atenção de cientistas, artistas e arquitetos de todo o mundo e é de fato uma visita imperdível.
A ADMIRÁVEL ATIVISTA SOCIAL INDIANA ARUNA ROY
Esse post é em homenagem a essa fantástica mulher que tive a honra de conhecer e ao trabalho que realiza mudando vidas e fazendo a diferença nesse país onde , apesar da modernidade, a herança cultural é ainda muito forte e o papel da mulher já vem “definido” desde seu nascimento. Ela quebrou paradigmas e mostrou que o sonho é possível.
Nas diversas vezes que visitei a Índia , tive oportunidade de conhecer instituições e pessoas muito especiais e que fazem a diferença nesse país admirável , de contraste sociais gritantes mas ao mesmo tempo pleno de devoção. Pessoas simples que sonharam , acreditaram no sonho e realizaram.
Hoje vou apresentar a vocês uma dessas pessoas, uma mulher extraordinária, chamada ARUNA ROY.
Aruna Roy , nasceu em Chennai em maio de 1946 , em uma família tâmil (etnia do sul da Índia) , é a mais velha de quatro filhos , duas irmãs e um irmão.
Ela é uma ativista social e política indiana, fundou e dirige o Mazdoor Kisan Shakti Sangathana – MKSS (“Trabalhadores e Camponeses Força da União”) e se tornou conhecida como líder proeminente do movimento “Write do Information” (Direito a Informação) que levou a promulgação da Lei Nacional de Direito à Informação, aprovada pelo Parlamento indiano em 2005.
O Mazdoor Kisan Shakti Sangathan (MKSS) é uma organização fundada em 1990, com sede em uma pequena aldeia no centro doe Rajasthan. Seu nome pode ser traduzido como “Organização para a capacitação dos trabalhadores e camponeses”, e tem um número crescente de “unidades” espalhadas na Índia, conseqüência do trabalho realizado por Aruna , da sua luta política, e da coragem em defender a causa que acredita com coragem e determinação, ao longo desses anos.
Em meados da década de 1990, sob sua orientação, o MKSS começou uma campanha que defendia o direito do público de fiscalizar os registros oficiais, um cheque mate crucial contra governo arbitrário que governava a Índia.
O MKSS atacou a corrupção ao nível das bases e procurou responsabilidade dos funcionários públicos em assuntos relacionados com o desembolso de fundos do governo. O MKSS liderado pro Aruna, apoiou a eleição de Sonia Gandhi , pois assim teria mais espaço ainda para continuar sua luta.
Em 2004, sob a liderança de Sonia Gandhi, o Partido do Congresso venceu as eleições nacionais e formou o governo central. Aruna foi convidada para fazer parte do Comitê Consultivo Nacional (NAC), um órgão extremamente poderoso, dirigido por Sonia Gandhi que efetivamente supervisiona o funcionamento do governo Indiano.
Em 2005, várias organizações de mulheres lançou uma campanha que visava garantir o direito de uma mulher receber o prêmio Nobel da paz. Foi elaborada uma lista de mil mulheres de 150 países, que as organizações definiram serem nomes dignos de receberem essa honra. Aruna era um nome , entre estas 1000 mulheres.
Ela serviu como um membro do Conselho Consultivo Nacional da Índia até 2006 e faz parte do NAC II . Em 2010 ela recebeu o prestigioso “Lal Bahadur Shastri “, Prêmio Nacional de Excelência em Administração Pública, Academia e Gestão.
Aruna , como membro do Conselho Consultivo Nacional e no ano de 2000, recebeu o Prêmio Ramon Magsaysay destinado a pessoas que se destacam na “Liderança Comunitária”. Decidiu usar o dinheiro do prêmio que recebeu, de US$ 50.000, para criar um fundo para apoiar o processo de lutas democráticas.
Aruna formou-se em Inglês no Indraprastha College for Women em 1965 e entrou para a Universidade de Delhi para fazer a pós-graduação. Um de seus colegas durante a pós-graduação em Delhi, foi Sanjit (Bunker) Roy, outro ativista de esquerda social, com quem se casou em 1970. Antes de casarem Sanjit e Aruna estabeleceram várias condições que regem até hoje sua vida de casados.
Eles concordaram em nunca ter filhos, para se dedicarem a missão que escolheram; serem sempre financeiramente independente um do outro; nunca impor suas crenças um sobre o outro e serem individualmente livres para “fazer o que quisessem”.
E assim aconteceu. Cada um individualmente se destacou nas “missões” que escolheram dedicar suas vidas. Assim, “coincidentemente”, tive o privilegio de conhecer, não apenas o trabalho e mais do que tudo a missão do Barefoot College (*) quanto a missão e o trabalho da ARUNA ROY.
Ela é uma das pessoas mais respeitadas do pais por tudo que vem fazendo, a frente desse movimento, que teve seu inicio em uma pequena vila, no interior do Estado do Rajastão e hoje o movimento atravessou fronteiras como exemplo a ser seguido por todos, pois mudou a vida de pessoas humildes e completamente desprovidas de informação e alfabetização, trazendo consciência dos seus direitos e não apenas isso, ensinando-as a também a exigi-los.
Tive o privilegio de não apenas conhecê-la, como conviver com ela, seu marido, na casa que moravam na pequena vila de Tilonia, no Estado do Rajasthan, onde cheguei depois de acontecerem uma série de “coincidências”.
A primeira “coincidência” ocorreu durante o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, onde encontrei o seu marido “Bunker Roy” , em uma palestra que assistimos juntos e ele precisou de uma “tradutora” e eu me ofereci. Acabada a palestra ele se apresentou, agradeceu e me deu seu cartão me convidando a visitar a Instituição que dirigia quando eu fosse a Índia. Outra “coincidência” , eu estava de passagem comprada para dali a duas semanas fazer minha primeira viagem a Índia.
Promessa feita, promessa cumprida. Quando cheguei a Índia, entrei em contato com ele e me foi enviado um representante da Instituição para me acompanhar. Lá chegando, me apresentou á sua esposa Aruna Roy e durante o tempo que passei ali, tive a oportunidade de conhecer, não apenas o trabalho e mais do que tudo a missão do Barefoot College , como também a missão e o trabalho da ARUNA ROY .
Desde que nos encontramos foi simpatia a primeira vista. Dai em diante ela se tornou minha anfitriã, passei a fazer as refeições em sua casa e conhecer a pessoa especial que ela é. Me falou do seu trabalho e me levou para conhecer a sede da Instituição MKSS e ao longo dos dias , visitamos diversos locais , no interior do Rajasthan, onde o trabalho se realizava. A admiração e respeito que as pessoas manifestavam por essa mulher era quase “palpável” . Ela tem a aparência “franzina”, estatura mediana, mas se “agiganta” quando começa a falar É maravilhoso observar o “poder” que emana da sua fala e contagia a todos.
Como dizia o grande mestre Mahatma Gandhi, “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”.
E com certeza Aruna Roy está fazendo uma nova história..
DHRUPAD – O Canto Sagrado Hindu
A intenção de fazer esse Blog é partilhar com vocês um pouco das experiências que tive viajando pelo Oriente, especialmente Índia, Nepal, Tibet e Butão Assim, a cada “post” falo um pouco dos projetos e instituições que visitei pessoas que fazem a diferença, monumentos, templos e mestres especiais, a cultura, costumes e tudo mais que considero interessante nesses países milenares.
Nesse post vou apresentar uma arte muito antiga e hoje quase desaparecida: a Arte Dhrupad, antiga musica vocal clássica da Índia, que estabelece um equilíbrio harmônico entre a voz, o corpo e a mente . Apesar de uma arte clássica altamente desenvolvida com uma gramática complexa e elaborada e estética, é principalmente uma forma de culto, em que as oferendas são feitas para o divino através de som ou Nada. A tradição vocal é baseada na prática de Nada Yoga, mas também é realizada através de instrumentos como o Rudra Veena e o Sursringār.
Gozava de grande popularidade até o século XVII ou início do XVIII. Hoje essa arte é passada de mestre para discípulo e são poucas as pessoas que se dispõe a aprender. Por toda a história que ela encerra, é muito difícil de ser aprendida como também difícil para ser compreendida, admirada e ouvida.
Um dos expoentes dessa tradição chama- se: Ashish Sankrityayan…...
Ele divulga a tradição Dhrupad em concertos públicos e privados e também ministra workshops e faz palestras em diversas Universidades e Conservatório por toda a Europa e também na Índia .
Tive o grande e especial prazer de conhecê-lo, e a sua arte de uma forma inusitada, em Nova Délhi, no Ashram de Sri Aurobindo, onde estávamos coincidentemente hospedados. De fato, nessa vida, nada acontece por acaso. Ashish é uma daquelas pessoas que quando olhamos gostamos. A paz e suavidade que emana da sua “figura” contagia a todos.
Lembro que era dia do meu aniversário, 31 de março de 2000, e tive o privilegio de passar na Índia. Após o jantar, o grupo que estava comigo me fez uma surpresa , comprando um bolo para comemorar . Convidaram ,para a ocasião, a diretora do Ashram e coordenadora de todo o trabalho de Sri Aurobindo na Índia, Tara Jauar, filha adotiva de Mestre Aurobindo e “The Mother”. Na hora dos parabéns, cantado bem baixinho para não perturbar o silencio do local, aparece de repente, um homem, trajando uma túnica branca, entra do recinto onde estávamos e fica em silencio observando a celebração.
Foi quando Tara, o chamou para fazer parte do nosso grupo, avisando que estávamos comemorando um aniversario. Partimos o bolo, distribuímos com todos, incluindo nosso convidado. Comemos em silencio e após terminar, Ashish falou que gostaria de oferecer um presente a aniversariante, em retribuição ao acolhimento que tivemos com ele . Pediu que esperássemos um pouco e rapidamente retornou com um instrumento nas mãos e convidou a todos para segui-lo até outro salão. Nos sentamos , ele também se sentou bem em minha frente. E cantou e tocou.
Nunca tinha ouvido uma musica de tamanha beleza, suavidade e delicadeza. A voz que acompanhava os acordes emitia sons desconhecidos para nós, parecia vinda de outra dimensão. Imaginem a cena. Um salão, na penumbra, com um anjo cantando e tocando, vestido de branco. Só faltaram as asas, rs rs rs.
Ao final desse inesperado e maravilhoso “concerto”, Tara Jauar o apresentou ao grupo e só então soubemos quem ele era . A essa altura estávamos todos cativados e encantados pela sua musica e por sua pessoa que tocava e falava com uma simplicidade ímpar, em um inglês perfeito. A conversa continuou, excepcionalmente, vez que os horários de recolhimento do Ashram são rígidos, com a devida aquiescência da nossa anfitriã. Um encontro inesquecível..
Dessa forma, inusitadamente, conheci um importante Mestre da tradição Dhrupad, que aprendeu de outro mestre e assim sucessivamente.Estivemos juntos mais uma vez, quando retornei a Índia e desde então ficamos amigos. Recebo noticias dele, da sua família, dos CD’s gravados, dos concertos que faz em vários países do mundo divulgando, através da sua mestria, essa tradição ancestral.
Um dia quero convidá-lo para vir ao Brasil. Com certeza sua musica tocará os corações das pessoas que tem a sensibilidade para entender o significado da arte Dhrupad.
http://dhrupad1234.wordpress.com/2009/06/23/dhamar-lalit-ashish-sankrityayan/